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Não é sobre ter tudo, é sobre ter o melhor

Este texto é um olhar sobre as (in)satisfações humanas. Não é sobre ter tudo. É acerca de ter o melhor (para cada um de nós).  Tem a ver com o que temos, com o que vamos conseguir alcançar e ainda com o que acreditamos conquistar com um brilho no olhos, mas sem nos dispersamos em ilusões demasiado ambiciosas.  Existem tantas opções! O desconhecimento é o melhor amigo da frustração. Não vale a pena idealizar uma ou duas opções, quando existe um mundo!  Ser feliz é a soma das "pequenas" coisas. Assim, podemos ricos em experiências. Aquelas que mais gostamos e têm a ver com a nossa forma de ser. Ficamos mais leves e saudáveis. Devemos distinguir as felicidades individuais, aquelas que só dependem de nós, das coletivas, onde me sinto feliz com o outro (ou outros). Neste caso, contamos inevitavelmente com a vontade de alguém, mas nunca queiram uma relação dependência! Dizem os mais velhos e experientes que as experiências partilhadas, são sempre as melhores! De facto, são as que n
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A fragilidade das opções

Dizem as "minhas" pessoas em consulta:  - Temos que (constantemente) tomar opções.  Muitas delas, focadas nos outros, nas circunstâncias e, às vezes, no que nos parece mais fácil ou na que recebemos mais apoio. Raramente decidimos algo em que o caminho seja a solo.  Abdicamos, adiamos e até desistimos de concretizar ou fazer coisas. Criamos ilusões e vivemos desilusões, mas tentamos manter-nos fiéis no caminho, cada vez mais estreito, que julgamos ser o melhor, mais lógico, mais correto e seguro.  O que nós desejamos fica num passado onde as circunstâncias, o conformismo, a pressão social e até o medo não nos deixaram voltar a agarrar.  Vivemos então de queixas e angústias,  atribuídas à má sorte. E assim continuamos, em dias mais ou menos bons, ocupados por obrigações ou rotinas que servem, na maioria das vezes, para nos esquercermos que podiamos ser e/ou fazer outras tantas coisas.   Porque é que já não há tempo e condições para as realizar? Porque voltamos a tomar as mesma

Já fazia falta!

As  brincadeiras q ue observo diariamente estão contaminadas por jogos online ou por vídeos do YouTube, apesar de algumas serem divertidas e criativas!  Inevitavelmente, lembro-me dos jogos que fazia quando era miúda. Alguns fazem falta hoje em dia! E muita!  Com pouco, treinávamos muitas competências e ainda nos riamos "à brava"! Vejamos! - O jogo do elástico: ótima brincadeira para treinar a área psicomotora, estando a fazer uma competição saudável com os pares. Poderia ser incluída numa aula de desporto, mas nunca vi nos dias de hoje. Neste jogo, também é importante que cada participante aguarde pela sua vez, competência que as crianças necessitam de adquirir nos dias de hoje. - O jogo do berlinde: em grupo, as crianças aperfeiçoavam a motricidade fina, a partilha, o convívio e a competição não violenta. E é um brinquedo barato! - A bota "Botilde" ou o "limão": Nunca mais vi este brinquedo à venda! As crianças utilizavam-no sozinhas ou em grupo, trein

Proteção em demasia é "desproteção"

Ao longo dos anos a observar e a apoiar famílias e crianças tenho concluído que, na maior parte dos casos, as crianças mais frágeis foram as mais protegidas pelos pais/família. Têm muitos medos, inseguranças, poucas estratégias de resolução de conflitos e fraca preparação para ultrapassar os  desafios do quotidiano. Todas as espécies protegem as suas crias. É um sentimento inato e desenvolvido face à dependência e ao amor dos seres tão imaturos e frágeis. Mas a proteção é também desenvolver a autonomia. Por exemplo, os pássaros promovem que as suas crias voem, os felinos que aprendam a caçar e outros tantos exemplos que promovem a independência como forma de “proteção”, para se adaptarem ao meio e às dificuldades e, em último caso, como forma de sobrevivência. Assim sendo, não se intende que os seres humanos, em sentido de extrema proteção, condicionem a autonomia dos filhos. Inconscientemente estão a desprotegê-los do mundo. Em muitos casos, tornam-se crianças com poucas estratégias s

Estado de pandemia - Preciso de uma multidão!

A nossa vida mudou, sem aviso ou suspeita. De repente, ficámos longe de tudo e de todos. Sim, estar de máscara a 2 metros de distância é longíssimo. É um distanciamento atroz, que nos priva de ser e de estar em liberdade em todas as situações da nossa vida.  E pior. Preciso que todos cumpram essa distância, principalmente os desconhecidos, com quem me cruzo nos supermercados e no trabalho. Preciso que uma multidão de pessoas se preocupem com quem gosto. É frustrante e inquietante.  Preciso também que não desvalorizem a minha segurança, como às vezes descuidam a sua.  Ainda necessito que saibam compreender que estamos a lidar com o desconhecido e com o imprevisível. Que pode passar despercebido para alguns e ser fatal para outros. Uma roleta russa.  Tal como eu, será que esta multidão pensa nas inúmeras famílias em sofrimento? Será que também se recordam das palmas que soaram há uns meses nas janelas a louvar os profissionais de saúde? Será que  ainda têm em mente a prevenção dos seus f

As relações atuais estão do avesso

Sempre conheci histórias de amor e não me refiro apenas às que encontramos nos livros. A minha profissão também me permitiu (e ainda permite) conhecer centenas de histórias de amor reais, onde há sempre um começo, um meio e um fim. Independentemente, da duração destas fases, todas as pessoas já as viveram, ainda as vivem ou querem ainda viver (há mesmo muitas pessoas a procurar viver algo diferente e compensador). Mas, as relações ou a procura das mesmas estão do avesso! Ou seja, nem sempre se alimenta e nem se saboreia o princípio e o meio de uma relação, tendo um fim rápido e inevitável a curto prazo. Hoje em dia, observo a facilidade e a carência de um envolvimento, onde não há espaço para construir, conhecer e adaptarem-se ao outro. Atualmente, procuram-se conversas agradáveis através de mensagens escritas nas apps, onde a expetativa vai aumentando e depressa se passa para o fim, sem antes passar "pela casa da partida".  Muitas pessoas que acompanh

A invisibilidade da depressão em tempos de afastamento social

Há uns tempos atrás, tínhamos um "mundo" para explorar , para conquistar, relativamente livre e seguro. Atualmente, devido à pandemia, instalou-se uma barreira social, onde as experiências de vida ficaram limitadas e difíceis para muitas pessoas. Houve um prejuízo social, profissional, financeiro, familiar e principalmente na nossa liberdade individual de vida. Como psicóloga, as estratégias para apoiar as pessoas com depressão tornaram-se ainda mais difíceis. Além do afastamento emocional que essas pessoas sentem do mundo e de quem as rodeia, há efetivamente um afastamento obrigatório, que devasta quem sofre desta doença. Muitas relações através do ecrã ou das redes sociais são frustrantes para quem já tem a autoestima de rastos. Muitos laços se perdem ou se apagam num dia de diálogo. Não há o contato de apoio. E este sofrimento perde-se em quatro paredes, longe dos olhares, de um abraço, de um gesto de conforto e de um beijo de esperança. É tão difícil para quem sofre em si

O que queremos ser nas redes sociais

Há uns dias ouvi um colega psicólogo a dizer que hoje em dia a maior parte das pessoas estão mais interessadas em registar os bons momentos do que propriamente em vivê-los em pleno (fotografar, publicar nas redes e/ou partilhar tudo a outras pessoas). Concordo. Para muitas pessoas, um momento feliz, único e diferente, se não for partilhado ao "mundo" e aos "amigos virtuais" parece que não tem significado ou importância. Por vezes, as redes sociais parecem uma competição acerca de quem almoçou melhor, de quem se divertiu mais, passeou mais, fez mais desporto ou visitou os melhores lugares. Também existe uma necessidade de mostrar que temos amigos, bens ou boas oportunidades, que estamos em boa forma física, que somos divertidos, bonitos ou inteligentes, numa incansável divulgação pessoal, procurando "gostos" ou bons comentários. Não sou contra as redes sociais, até pelo contrário. Também divulgo algumas "futilidades" quando me ape

O teu caminho

O teu caminho Para ti, o melhor caminho... O mais feliz, o mais vitorioso, o mais gratificante e o mais saudável. Um caminho bem melhor que o meu, ou em alguns casos, tão feliz como o meu.  Desejam os pais para o futuro dos filhos. Com toda a legitimidade e coração.  Em muitos casos, desejam que os filhos concretizem os objetivos que os pais não conseguiram. Dizia-me um pai em consulta: "O meu maior desejo era ter sido engenheiro. Eu não consegui, mas o meu filho irá ser!". Por melhor que seja este desejo paterno em relação ao seu filho, está a anular o que o filho ambiciona para si. Poderá essa criança dizer mais tarde "eu gostava de ter sido enfermeiro mas por desejo do meu pai formei-me em engenheiria". Os filhos não podem ser o prolongamento dos pais. Têm desejos e aptidões muito próprias. Os pais devem ser uma fonte de inspiração e não uma fonte de imposição. A liberdade de escolha é um bem precioso, que deve ser cultivado e respeitado. Os pais

A visão que uma criança autista tem do mundo

O livro infantil "O Maxi no mundo de Santiago" é o segundo livro da coleção infantil que marca a diferença. Ao contrário do que já existe em prateleira, é um livro que retrata as dificuldades e as emoções das crianças para as próprias crianças! Neste livro, as autoras Sara Camilo e Patrícia Fonseca, retratam as arduidaddes e os sentimentos de uma criança autista (Santiago o menino do laço) e os direitos de autor revertem a favor da Associação Mais por Todos, que visa apoiar pessoas, familiares e amigos com deficiência intelectual e cognitiva. Tal como acontece no livro "O Martim mora em duas casas ", este também promove a aceitação da diferença e da inclusão, sempre com a premissa de que a diferença pode ser feliz. Ainda têm em comum a valorização da influência positiva dos animais no desenvolvimento infantil e nas suas dificuldades. Os profissionais na área poderão utilizar o livro como um instrumento de trabalho para falar sobre o tema aos mais novos. O Maxi n

Sou feliz

Sou feliz A busca pela felicidade é um caminho inglório quando se procura compensações nos outros, nas circunstâncias, nos objetos ou na sorte. A felicidade reside em nós e daí transcende para os momentos, para os bens e para as conquistas. Ser feliz é sorrir porque (simplesmente)  apetece, apreciar qualquer momento com satisfação e paz, liberdade de espírito e de opção. Não é fácil atingir esta sensação. Existem alguns fatores essenciais. 1. Gostar de nós Gostarmos de nós próprios de forma incondicional. A beleza e o sucesso do outro não deve fazer diferença em nós. Estamos bem, independentemente da idade ou condição. 2. Amar Quando amamos e somos amados. Seja pela família, amigos ou companheiro. É essa reciprocidade que nos dá poder, vontade e confiança. 3. Inspiração A capacidade de criar, imaginar e inspirar a nossa vida e dos demais. 4. Alegria contagiante Quando o nosso sorriso faz sorrir. Quando a negatividade não atinge o nosso estado

Aquilo que o amor não é

Aquilo que o amor não é Apesar das inúmeras teorias sobre o amor, na prática é bem diferente. Ao início existe sempre o encantamento, a tolerância nas expectativas não correspondidas e  a predisposição para dar mais do que recebe.  Mas a longo prazo, geralmente, tudo isto se altera. O que relativizámos anteriormente passa a não ser tolerado e quando as nossas expectativas não são satisfeitas cobra-se do outro, tornando algo que devia ser natural numa obrigação ou num receio de decepção. Aos poucos, o encantamento poderá transformar-se num sofrimento. É aquilo que o amor não é. Observo que as pessoas ao invés de procurarem o amor, procuram ser amadas. E mais uma vez, é aquilo que o amor não é. Procura-se de forma permanente, uma compensação imediata. Como se merecessemos receber sempre o melhor do outro sem ter que dar. Também não se pode criar a ilusão que a reciprocidade tem equidade de forma duradoura. Ou que a reciprocidade existe naturalmente quando duas pessoas "se

Filhos da violência

Filhos da violência Existem realidades que sabemos que existem através dos meios de comunicação social. Jovens que roubam, que se drogam, que vivem por si só e cometendo os mais diversos comportamentos desviantes.  São criticados e intitulados de marginais. De facto cometem crimes contra inocentes e até contra si próprios. É condenável, sem dúvida.  Somos educados, respeitamos regras, seguimos um caminho escolar, social e familiar dentro do considerado normal. Logicamente ficamos perplexos com a violência e com os delitos cometidos por esses jovens que, não recebendo acompanhamento, serão certamente adultos perigosos.  Não desculpando tais actos, enquanto Psicóloga, tenho oportunidade de ouvir suas histórias de vida. O M. assume "desde os seis anos que ando na rua, utilizando o meu corpo para obter dinheiro. Se voltasse para casa, o meu padrasto espancava-me ou violava-me e a minha mãe ainda lhe dava razão. Aprendi que só a violência resolve a nossa di

Inventar

Inventar! É urgente inventar! Há uns anos atrás, eu inventava brincadeiras! Não só por ter poucos recursos económicos mas também porque havia "liberdade" e espaço para brincar na rua com os brinquedos disponíveis na altura. Quando não havia brinquedos, inventavam-se (lembro-me de despejar o líquido do limpa vidros para ter uma pistola de água). Na verdade fui feliz. Era uma paródia com os amigos da minha rua! Os tempos mudaram, e as tecnologias vieram acrescentar o seu contributo positivo, mas também a permanência das crianças em casa. Ainda existem os Legos, os pyalmobil, os pinipons, as barbies e outros bem mais evoluídos e aliciantes. Mas, pelo que assisto na minha experiência profissional, já existe tanta "coisa pronta" que dificulta a necessidade de inventar! Inventar estimula a criatividade, a inteligência, a satisfação e a alegria da premissa que "do pouco se faz muito"! Eu tive brinquedos que adorei, mas as minhas lembranças são das pe

O que seria de mim sem ti!

O que seria de mim sem ti A barriga da mãe cresce, assim como as inseguranças do que "está cá fora"! As crianças desejam um irmão para brincar, partilhar momentos e dividir emoções. Mas, desejam igualmente continuar a ter a atenção e amor previligiado dos seus pais. Surge uma ambiguidade emocional nas crianças que, normalmente, se refletem em comportamentos instáveis de chamadas de atenção. Em alguns casos, com queixas somáticas. Começam a ter dores (de barriga, de cabeça, indispostos, com irritabilidade, entre outros específicos a cada caso). Observei, ao longo dos anos, os mais diversos tipos de reações. Geralmente, à frente dos pais entram em conflito com irmão/irmã mais novo/a, mas sozinhos com os respectivos são meigos e atenciosos. É um misto de amor e ciúme. Para os adultos, pode ser entendido como uma "fase". Para a criança não será bem assim. Ainda em processo de reestruturação das suas emoções e personalidade, uma extrema insegurança ou uma alte

Podemos ser felizes na diferença!

Podemos ser felizes na diferença Como disse a querida Tânia Ribas de Oliveira, quando me entrevistou no programa Agora Nós, do dia 19 de Setembro, o livro veio alargar o apoio às crianças e suas famílias sem a barreira da "secretária" em ambiente de consultório.  Os mais pequenos poderão entender que, através da história do Martim, a diferença também pode ser feliz.  Não existem "casas" iguais. Existem pessoas que cuidam, que lhes dão afecto e amor, independentemente das circunstâncias.  Trabalho há 16 anos sob duas premissas: 1° - o que nos distingue enquanto profissionais é, sem dúvida, o que somos enquanto pessoas. A nossa experiência, sensibilidade e capacidade de criar confiança e empatia. Fundamental no trabalho com crianças.  2° - nada se conquista sozinho. O livro é exemplo disso. Foi com a colaboração de amigos e profissionais que se tornou possível. Assim como o trabalho com os mais pequenos. Sem o empenho e d

Faz o que digo, não o que faço!

Faz o que digo, não o que faço Muitas felicidades residem por detrás dos estereótipos sociais. Dentro de um gabinete, tenho o privilégio de conhecer os mais profundos e honestos sentimentos. Lá dentro, não existe crítica ou censura. As pessoas têm liberdade de espírito. Por breves momentos, além de mães, são também mulheres com necessidades e desejos que, no exterior, são socialmente antagónicos com os valores sociais ou familiares. Antes de ser mães, saiam à noite, jantavam com amigas, viajavam e conheciam novas pessoas. Como é óbvio, o papel de mãe tem condicionantes que devem ser compreendidos. As mulheres devem adaptar-se e serem felizes na sua responsabilidade. Contudo, algumas mães confessam-me que a sociedade limita a expansão para os outros papéis. Além de mães, são filhas, amigas, profissionais, amantes e mulheres com direito à sua individualidade. Observo que, por vezes, a sociedade (ou grupo social)  confunde-os, criticando as mães que, por exemplo,

Ser um pai amigo

Ser um pai amigo Ser um pai amigo é bem diferente de ser um amigo que é pai. Ser amigo é "cool", os miúdos riem-se à brava! Mas não é a melhor opção a longo prazo. Primeiro deve ser pai. Isso exige que o reconheça enquanto regulador de limites, de exemplo, de respeito e de amor paterno. É um amigo, sem dúvida, que lhe ensina o caminho, que lhe mostra sabedoria e que também brinca, ri e faz "macacadas". Ser um amigo é, de alguma forma, ser permissivo.  É construir uma relação mais "anárquica" e esperar que no futuro os limites da relação surgam por si só.´Um amigo pai, não costuma "ralhar". Geralmente brinca com os comportamentos de oposição dos filhos. Mais tarde, vai querer ser "pai", impor respeito e admiração. Não será fácil.    O papel de pai constrói-se desde cedo e não quando é confortável ou necessário. É uma responsabilidade de pertença. Os amigos são uma escolha individual. Cabe aos pais, serem uma base nas futuras am

O tempo de cada um

O tempo de cada um A idade é um indicador e não um critério! Existem inúmeros estudos que definem idades para determinadas aquisições, que nos permitem conhecer e entender o desenvolvimento das nossas crianças. Mas, cada criança tem o seu ritmo e a sua forma tão característica de adquirir as suas capacidades. A estimulação é fundamental,  mas nada melhor que experimentar por ela própria o que a vida tem para oferecer. Costumo ouvir com frequência que determinada criança ainda não consegue falar, andar ou comer de forma autónoma comparativamente a outras. Como se todos os miúdos tivessem que aprender determinada competência em tempo exacto! A sociedade cria estereótipos e competições nas aquisições mas esquecem-se, muitas vezes, das emoções! Por exemplo, uma criança de 3 anos está com dificuldades em retirar as fraldas mas possui uma capacidade fantástica de afecto e de socialização!  Mas,  ainda assim, o mais importante continua a ser as fraldas! Mais grave ainda, é um miúdo com

A minha verdade

A minha verdade "Não vemos as coisas como são, vemos as coisas como somos". Tendencialmente seguimos padrões. Os nossos valores ou formas de pensar são (sempre) as "mais correctas". Defendo e acredito na minha conduta - e  o outro também, que é completamente diferente de mim. Eu estou certa e ele errado. E vice versa. A nossa família e o nosso grupo de pertença concordam (geralmente) com a nossa conduta. Obviamente. Por isso é que nos identificamos com eles (sempre de alguma forma). O lema que os opostos se atreem é um mito! Até as crianças escolhem os pares pelas brincadeiras que gostam em comum! Nós adultos, mesmo que consideremos que nos adaptamos a alguém diferente, a longo prazo constatamos que não funciona. Criamos falsas expectativas acerca do outro mediante o que somos ou pensamos. Pergunto-me... Qual é o problema de termos gostos opostos? Se de facto a diferença não prejudicar ninguém, porque a crítico? Se sou mais feliz na companhia de alguém

A distinção da diferença

A distinção da diferença Tudo o que destoa do considerado comum, a sociedade intitula como diferente. É diferente, principalmente, porque se vê! Compara-se e gera as mais diversas reações, opiniões e emoções.  Contudo, a diferença reside em todos nós. No que é visível aos olhos e no que está "incoberto".  Todos temos dificuldades, sejam físicas, emocionais, cognitivas ou relacionais. Quando valorizamos as "diferenças" dos outros, geralmente, minimizamos as nossas, mesmo que seja de forma inconsciente.  Não significa que, de facto, não existam dificuldades maiores que outras! Para haver equidade devem-se promover medidas diferentes para obter a igualdade de circunstâncias. Por exemplo, um aluno com dificuldades cognitivas beneficia de mais apoio para atingir o mesmo sucesso escolar do aluno que o atinge facilmente. Em doenças limitativas, obviamente, deve-se promover os apoios necessários para que obtenham circunstâncias idênticas aos outros, diminu

Filhos de amor

Filhos de amor O amor pelos filhos é incondicional. É, sem dúvida. Já partilharam comigo que, simplesmente por terem a sua "semente" já produz um efeito de amor e pertença extraordinário! Assisti a alguns testemunhos de pais ao verem a primeira ecografia dos seus filhos.  No entanto, tento sempre frisar aos pais que os filhos não são um prolongamento de si, são de facto pessoas que nasceram de si, mas são individuais e únicos, como todos nós.  Será este amor possível em filhos não biológicos? Claro que sim! O caso das adoções, dos companheiros que assumem as crianças como filhos, os filhos das pessoas amigas que adoramos e entre tantos outros exemplos.  Sei que a carga genética terá o seu contributo mas o amor transcende. Daí também a nossa capacidade de amar verdadeiramente fora da família de pertença.  Eu amo a minha sobrinha (na foto). Dava a vida por ela como daria pelo meu filho biológico. Claro que neste exemplo existe o factor da

As pessoas que se transformam em estrelas

As pessoas que se transformam em estrelas A morte é um tema muito difícil de transmitir às crianças. Não só pelo receio do seu sofrimento mas também pela dor, que nós adultos, também sentimos com a perda. Se para nós é doloroso, colocamos uma conotação mais elevada no que a criança poderá sentir. De facto, temos conhecimento e estratégias que os mais pequenos ainda não possuem. As crianças fantasiam, idealizam e criam cenários, numa simbiose entre o real e o imaginário. O mais comum é dizer que a pessoa amada foi para o céu. Em consulta, as crianças questionam-me: - Patrícia, como é que a minha avó não cai do céu?; - Como é que a minha prima consegue ver-nos se é uma estrela? As estrelas não têm olhos!; - Patrícia, se o meu pai está no céu, e é cuidado por Deus, como é que Deus consegue cuidar de tanta gente ao mesmo tempo?; - Estou muito preocupado Patrícia. Hoje está a chover. A minha irmã está no céu. Deve estar cheia de frio!. São alguns exemplos que, a maneir

Mãe tenho fome!

Mãe, tenho fome! Quando me diz isso, percebo que ele quer doces. Pergunto: "Queres fruta?"; responde: "Não, tenho fome!" (os avós habituam-no mal!). Durante o ano lectivo, observei os lanches que os miúdos traziam para a escola. Foi implementado por alguns professores "o lanche saudável". Quem mostrasse um lanche considerado saudável ganhava pontos. Uma forma lúdica de incentivar as crianças e os pais a criarem hábitos alimentares saudáveis aos filhos. No entanto, o conceito só era conseguido a metade. O leite vem acompanhado pelo pão com chocolate ou de bolos. A fruta não era opção (ou pelo menos da maioria). A alimentação é um hábito. Logicamente habituamo-nos mais facilmente ao que é doce e saciante. Se uma criança for habituada desde cedo a fazer uma alimentação variada, mais fácil se torna quebrar os maus hábitos. No entanto, temos que saber distinguir o que é capricho das crianças e o que realmente não gostam. Se os adultos selecion